
Educar é uma tarefa que imprime um compromisso contínuo do próprio educador na relação consigo mesmo, no qual seus valores e conceitos irão refletir diretamente nas escolhas e condições de vida das pessoas.
Crianças não nascem prontas e portanto não trazem consigo um caráter ético. Dessa forma, necessitam de uma proposta de educação para que possam aprender a lidar com limites. O caráter ético pode e deve ser educado nas pessoas como suporte inerente para estabelecer condições saudáveis e construtivas no posicionamento das mais diversas formas de relacionamento na vida.
O castigo bem aplicado se aponta firmemente para a observação do erro, ou seja, é pelo erro e não contra os filhos que a conduta é aplicada. É possível verificar também que a escolha do bom castigo revela a capacidade do educando poder refletir de maneira intensa que existe um mundo maior que o seu, e que enxergar esse mundo requer atenção sob seus impulsos. Assim, se a regra for violada, será necessário dispor de sacrifícios pessoais levando-o a uma maior capacidade de reflexão.
Por um outro lado, a não aplicação de castigos pertinentes oferece uma suposta permissividade com direitos a violar e desrespeitar o outro em condições extremas. Isso, de alguma forma, trará de maneira progressiva e em grande escala a dificuldade de se estabelecer vínculos e adaptação social.
Adultos que não conseguem determinar posturas éticas necessitam rever as dificuldades mais inconscientes de lidarem com seus próprios limites, refletindo assim suas reais e profundas dificuldades, assim como aqueles que de forma autoritária e intransigente, demonstram intolerância e indisposição à novos diálogos e conceitos.
A educação mostra por meio da ética, o que constrói e o que desconstrói. Em nossa luta diária inclui o bem e o mal dentro de nós. Essa é a sombra, é o desvio. Sentimentos de poder, cobiça, impulsos asquerosos, impotências, ações moralmente condenáveis necessitam de espaço e reflexão para serem conscientizadas e redirecionadas por meio de uma educação que conduza a uma melhor capacidade de lidar com as frustrações para sua readaptação. Com bons exemplos, mostramos interesses veiculando assim, o saber.
Devemos assim, implantar o bom senso no qual o termômetro demonstrará que os extremos dos comportamentos sempre apresentarão uma inadequação, sugerindo assim reflexões necessárias para uma compreensão melhor e progressiva sobre o nosso comprometimento ético com a vida.